<$BlogRSDUrl$>

segunda-feira, outubro 27, 2003

O percussionista
(versão 174b - série “artes”)
... os seus braços-batuta dirigiam-se aos tropeções de encontro ao vazio e o público que o aplaudia de pé... só porque não tinha onde se sentar? A indiferença percurtia no mundo e nada para se ouvir.
E que sons estranhos eram aqueles que as vergastas tiravam de mim? E para não se ouvir, e para não me ouvir... batia-lhe com mais força ainda, batia-me?
O único com uma cadeira e ainda de pé!
O Munch gritava também assim?

Comentários:

quarta-feira, outubro 22, 2003

A retrete do pianista da extrema-direita
(versão 154b - série “artes”)
Tal como o pianista da extrema-direita por vezes apetecia-me compor um breve trecho musical com os meus eflúvios intestinais, devo confessá-lo. Já mais do que uma vez me dei ao trabalho em conspurcar o alvo papel higiénico com nomes de efémeras celebridades. Umas que me rodeiam e outras que por muito que as evite... Bem, não há como um laxante de tempos a tempos para descompor a minha flora que muito grata fica por se despudorar naqueles nomes infectos que só a orquestra do autoclismo põe cobro.

Comentários:

domingo, outubro 19, 2003

(Montalbán - Montalbán)
(versão 158a - série “artes”)

Comentários:

quarta-feira, outubro 15, 2003

A retrete do pianista da extrema-direita
(versão 143a - série “artes”)
O pianista da extrema-direita enquanto se desembaraça de algumas das suas ideologias, compõe...
Arquitecta mentalmente fraseados aqui e ali interrompidos por frémitos intestinais que o obrigam a repensar a obra. Com abnegado esforço e após o relaxamento anal subsequente o pianista já provido do infeliz e virgem desenrolado papel faz dele uma pauta.
E só depois orquestra o autoclismo.

Comentários:

sexta-feira, outubro 10, 2003

O pianista dos extremos
(versão 131b - série “artes”)
O pianista já não piana. Desextremou-se de vez. Já não filosofa de encontro à alvura do teclado, já não prosélita as negras teclas, já não faz demagogia, já não compõe, já não interpreta, já não!
Agora quer enveredar pela carreira de político.
Tudo por amor à arte.
Concerteza que assim terá público, gravará até as outrora que ainda são as suas composições e pedirá a alguém (“talvez até a um branco!”) para interpretá-las.
Tudo por amor ao próximo. E a imunidade parlamentar permitir-lhe-á até alguns extremos... agora que a música é outra.

Comentários:

sábado, outubro 04, 2003

Allan Ginsberg
(versão 116a - série “artes”)

UNDER THE WORLD THERE'S A LOT OF ASS A LOT OF CUNT
a lot of mouths and cocks,
under the world there's a lot of come, and a lot of saliva dripping into brooks,
There's a lot of Shit under the world, flowing beneath cities into rivers,
a lot of urine floating under the world,
a lot of snot in the world's industrial nostrils, sweat under world's iron arm, blood
gushing out of the world's breast,
endless lakes of tears, seas of sick vomit rushing between the hemispheres
floating towards Sargasso, old oily rags and brake fluids, human gasoline-
Under the world there's pain, fractured thighs, napalm burning in black hair, phosphorus eating elbows to bone
insectiside contaminating oceantide, plastic dolls floating across Atlantic,
Toy soldiers crowding the Pacific, B-52 bombers choking jungle air with vaportrails and brilliant flares
Robot drones careening over rice terraces dropping cluster grenades, plastic pellets spray into flesh, dragontooth mines & jellied fires fall on straw roofs and water buffalos,
perforating village huts with barbed shrapnel, trenchpits filled with fuel-gas-poisen'd explosive powders-
Under the world there's broken skulls, crushed feet, cut eyeballs, severed fingers, slashed jaws,
Dysentry, homeless millions, tortured hearts, empty souls.
(replagiado dedicado ao comentador kika boa | 01-10-2003)

Comentários:

This page is powered by Blogger. Isn't yours?