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quarta-feira, dezembro 29, 2004

Susan Sontag


(versão 1222a - série "artes")

"a fotografia documenta e justifica, mas simultaneamente também aprisiona e falsifica o tempo; é uma submissão e um assalto à realidade; é um meio de apropriação da realidade, assim como um meio de a tornar obsoleta"

Morreu, aos 71 anos, a escritora e ensaísta norte-americana Susan Sontag, uma das mais reconhecidas e irreverentes intelectuais dos EUA.

Autora de 17 livros, traduzidos em mais de 30 línguas, Sontag foi distinguida com alguns dos mais cobiçados galardões literários, como o National Book Award, que lhe foi atribuído em 2000 pelo romance histórico "Na América", o Prémio Príncipe das Astúrias das Letras (Espanha, 2003) ou o Prémio Jerusalém da Literatura (o mais prestigiado de Israel para escritores estrangeiros, em 2001).

De destaque também o aclamado ensaio sobre a estética homossexual "Notes on Camp" (1964), que a lançou como promissora jovem escritora, o romance "Sob o Signo de Saturno" (1972) ou o "best-seller" "O Amante do Vulcão" (1992).

[acrescentaria para mim Ensaios sobre Fotografia (1986)]

Conhecida pelos múltiplos interesses, do jornalismo à filosofia, do cinema à fotografia, Sontag destacou-se como uma das vozes mais irrequietas entre os intelectuais da América, onde se tornou famosa pela sua prosa provocadora e por declarações polémicas.

Eterna activista dos direitos humanos e feminista convicta, Sontag era conhecida pela sua capacidade de conversar horas sobre os temas mais variados, o que a levou um dia a lamentar que as televisões a olhassem como "uma máquina de opinião", cita a edição online do diário espanhol "El Mundo".

Em 2001, desencadeou uma onda de protestos quando afirmou que os atentados de 11 de Setembro não tinha sido o "ataque cobarde" à civilização de que todos falavam, mas uma consequência nefasta das acções e da política de alianças das sucessivas administrações norte-americanas. Em 2003 voltou a insurgir-se contra a guerra desencadeada pelo Presidente George W. Bush no Iraque, confirmando a alcunha de "a mais europeia dos intelectuais americanos".

Uma vida em defesa da paz e da liberdade de expressão

Filha de uma família judía, Sontag nasceu em 1933 em Nova Iorque, a sua cidade de sempre, mas passaria a infância e adolescência entre o Arizona e Los Angeles, antes de ingressar na Universidade de Chicago, passando depois pelas universidades de Harvard e Oxford.

Em 1968, é enviada como correspondente para o Vietname, um conflito que a marcará profundamente e que reforçará a suas convicções pacifistas.

Vinte e cinco anos depois volta a um cenário de guerra, desta vez na Bósnia Herzegovina para alertar o mundo da escalada de horror vivida na Jugoslávia em derrocada. Com Sarajevo debaixo de um sangrento cerco, Sontag desloca-se à cidade, onde dá aulas de arte dramática e encena juntamente com outros intelectuais a peça "À Espera de Godot", de Samuel Beckett.

Entre 1987 e 1989, presidiu ao Centro Americano PEN, uma organização internacional de escritores dedicada à defesa da liberdade de expressão, através da qual liderou numerosas campanhas a favor da libertação de escritores perseguidos ou detidos em vários pontos do globo.

(completamente replagiado com cortes e poucos acrescentos daqui)

Resta-me agora Olhando o Sofrimento dos Outros

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sexta-feira, dezembro 24, 2004

Boas Festas com a ajuda de Miró


(versão 1214e - série "artes")

Votos sinceros de que as festas sejam realmente boas e cheias de nada que não queiram e, contudo, com tudo o que desejem para que sejamos (porque não?) felizes... e também em 2005,
caros visitantes.

























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quarta-feira, dezembro 22, 2004

Antonin Artaud


(versão 1209d - série "artes")
Pour en finir avec le jugement de Dieu (extracto desta peça radiofónica de 1947:
La Recherche de la Fécalité)

Là ou ça sent la merde
ça sent l’être.
L’homme aurait très bien pu ne pas chier,
ne pas ouvrir la poche anale,
mais il a choisi de chier
comme il aurait choisi de vivre
au lieu de consentir à vivre mort.

C’est que pour ne pas faire caca,
il lui aurait fallu consentir à ne pas être,
mais il n’a pas pu se résoudre à perdre
l’être,
c’est-à-dire à mourir vivant.

Il y a dans l’être
quelque chose de particulièrement tentant pour l’homme
et ce quelque chose est justement LE CACA.
(ici rugissements.)

Pour exister il suffit de se laisser à être,
mais pour vivre,
il faut être quelqu’un,
pour être quelqu’un,
il faut avoir un OS,
ne pas avoir peur de montrer l’os,
et de perdre la viande en passant.

L’homme a toujours mieux aimé la viande
que la terre des os.
C’est qu’il n’y avait que de la terre et du bois d’os,
et il lui a fallu gagner sa viande,
il n’y avait que du fer et du feu
et pas de merde,
et l’homme a eu peur de perdre la merde
ou plutôt il a désiré la merde
et , pour cela, sacrifié le sang.

Pour avoir de la merde,
c’est-à-dire de la viande,
là où il n’y avait que du sang
et de la ferraille d’ossements
et où il n’y avait pas à gagner d’être
mais où il n’y avait qu’à perdre la vie.

(continua)

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domingo, dezembro 19, 2004

Antonin Artaud


(versão 1204c - série "artes")



"C'est ma raison à moi et je l'impose par la force
parce que ça me plaît,
c'est ma logique à moi et je l'impose par la force
parce que ça me plaît,
c'est ma conscience à moi et je l'impose par ma force,
parce que ça me plait".

Artaud, le Mômo


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sexta-feira, dezembro 17, 2004

Antonin Artaud


(versão 1198a - série "artes")



"Je veux que tous les êtres se sentent trop fous, délirants, coupables, mutilés, blessés, malades ou surtout morts, physiquement morts et corporellement morts en face de moi".

Artaud, le Mômo

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quarta-feira, dezembro 15, 2004

Antonin Artaud


(versão 1193a - série "artes")

Quem sou eu?
De onde venho?
Sou Antonin Artaud
e basta que eu o diga
Como só eu o sei dizer
e imediatamente
hão-de ver meu corpo
actual,
voar em pedaços
e juntar-se
sob dez mil aspectos
diversos.
Um novo corpo
no qual nunca mais
poderão esquecer.

Eu, Antonin Artaud, sou meu filho,
meu pai,
minha mãe,
e eu mesmo.
Eu represento Antonin Artaud!
Estou sempre morto.

Mas um vivo morto,
Um morto vivo.
Sou um morto
Sempre vivo.
A tragédia em cena já não me basta.
Quero transportá-la para minha vida.

Eu represento totalmente a minha vida.

Onde as pessoas procuram criar obras
de arte, eu pretendo mostrar o meu
espírito.
Não concebo uma obra de arte
dissociada da vida.

Eu, o senhor Antonin Artaud,
nascido em Marselha
no dia 4 de Setembro de 1896,
eu sou Satanás e eu sou Deus,
e pouco me importa a Virgem Maria.

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La Cousine de Pantagruel (Hommage à Rabelais)


(versão 1191e - série "artes")







... e termina por aqui a pantagruélica encenação de Silviu Purcarete.





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terça-feira, dezembro 14, 2004

La Cousine de Pantagruel (Hommage à Rabelais)


(versão 1181d - série "artes")



Jamais vira chuva assim.




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sábado, dezembro 11, 2004

Adolf Hitler


(versão 1182a - série "artes")

SCHICKLGRUBER, alias Adolf Hitler pela Stuffed Puppet Theatre, ou seja, Neville Tranter (sem desprimor pelos demais elementos). O Festival Internacional de Marionetas do Porto associou-se à celebração do 56.º aniversário do Führer no interior de um bunker sob a ameaça da aproximação dos russos.




(Hitler e o seu ministro da propaganda, Goebbels)

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sexta-feira, dezembro 10, 2004

La Cousine de Pantagruel (Hommage à Rabelais)


(versão 1179c - série "artes")



Pantagruélica encenação de Silviu Purcarete cozinhada a partir duma prima que (im)provavelmente privou com Rabelais.



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quarta-feira, dezembro 08, 2004

La Cousine de Pantagruel (Hommage à Rabelais)


(versão 1172b - série "artes")



Pantagruélica encenação de Silviu Purcarete a partir de François Rabelais VISTA no Teatro Nacional São João no âmbito do PoNTI'04.



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segunda-feira, dezembro 06, 2004

La Cousine de Pantagruel (Hommage à Rabelais)


(versão 1169a - série "artes")



Pantagruélica encenação de Silviu Purcarete a partir de François Rabelais.

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sábado, dezembro 04, 2004

Quando os sons são saudade


(versão 1163b - série "artes")
Teclas perdidas e partidas, silenciaram, olharam o chão. O pianista, num enroscar-se umbilical, aconchegou-se no regaço do seu já não piano. Tocou de leve o chão beijado pelo choro e levou a ponta dos dedos à boca. Sons salgados desprenderam-se das gotículas pretas e brancas feitas teclas. Um som doce-amargo entranhou-se na língua e céu da boca. Saboreou céu-inferno. A boca calou-se mas não os olhos. O pianista falou-lhe no silêncio de um Amor que era preto-e-branco mas que os outros teimavam pintar de outras todas as cores. Toda a noite lhe falou o pianista, desse Amor preto-e-branco de teclas de músicas tecladas, tangidas de afagos e beijos... Beijos de ontem, hoje e amanhã... Beijos abraçados a sonhos. Toda a noite assim lhe falou o pianista... sempre!


(replagiado dedicado ao comentador Nia com Sergey Kuryokhin por testemunha)

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quarta-feira, dezembro 01, 2004

Robert Mapplethorpe


(versão 1159a - série "artes")


(Thomas, 1987)

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